9.4.06

Cana

Que fosse a mágoa embora
E dela ficasse só a marca d’água
Que valoriza minha riqueza
Esclarece-me a prudência
Faz-me triste a sutileza
De um simples sim,
Sem clemência...

Gosto de riscar-me com o grafite
Desenhar a letra que me existe
Me ter e a ti, su contenido
Tan contrito quanto aflito
Nestas páginas tão brancas
Equivoca-se, em nada são brandas:
Sopram fogo nas minhas faces.

Doce saber do açúcar a terra roxa
De tanto marrom no espaçar da tua coxa
Alucinante nas queimadas
Efervescente no olhar umedecido
Negro, colhe-me de assalto
Sem que antes eu me renda
A quaisquer dos teus disfarces;

Os meus ares são lilases
Nos seus olhos os meus são azuis
A tensão entre dois passos
Arranca-me vestidos -
Mesmo que eu já esteja nua -
Teu nome no meu corpo
Não fui eu quem pus...

26/04/ano desconhecido

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