9.4.06

Estampa

estou organizando as palavras para evitar que eu emudeça de tanta voz
e quando acabarem as árvores do mundo, os papéis e os espaços das janelas
os vãos das portas, os cursores finalmente se perderem
como se perdem as canetas mesmo sendo bics
como cessam os grafites e os faxes se apagam com o tempo, inevitavelmente
tatuarei meus poemas nas peles dos meus braços e entre as ancas não esconderei vergonha
e não mais cobrirei as pernas letradas e reescritas e reenviadas de estórias, Sherazade...
serei um livro aberto, em digitais e impressões e gravidezes.

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