Quando foi será que eu deixei de me ser,
quando foi lá atrás ontem anteontem há pouco, pouco...
tempo vento quente, que virou do avesso, e sente
que eu era mas não sou mais, nem menos, ausente
mente pra mim, que às vezes eu agradeço e mereço, ou não.
Quando foi mesmo que eu deixei-me ir
partir ao meio, no seio, creio que não me lembro
membro assombro ombro, desilusão... foi....
quem mais? pudera testemunhar a minha sorte
ou será morte de não estar mais entre os entes
de estar presa entre meus dentes e senões.
Quando será o meu regresso, por via expressa
correndo como saliva na boca ou sangue na veia
ou na marginal das minhas linhas de tensão
Sabe... que eu havia desistido das pessoas
e desistido do verbo por um silêncio que não vale a pena
mas que pode ter me fortalecido ao menos o suficiente
faça-me calar agora que a opinião radical faz-me eloquente
risos
