26.2.07

o íntimo tem portas.

quão pequeno de mim sou eu?
porque o sou nos interstícios
nas frestas do que deixei de ser
nas fendas entre o que eu fui
e era e ainda não serei: venezianas
nos poros, mais que nos músculos
por eles respiro, absorvo e excluo...
pra ser também exato eu.

26/02/07

8.2.07

quando eu enraizei

Por amor aos flamboyants
Eu deixei-me cair às tranças
Pelos lados dos braços morenos
Pelas costas do calor ardendo
Onde o que toca é vapor, só
Como se deitam outros galhos
Num estrato entre a nuvem e o pó
e de tanta! é a entrega do sol ao se por
Só de olhar, tange-me na horizontal
Venta janela adentro e branco
Panos, cortinas, lençol
E predomina o azul das manhãs
Que eu deixei-me desvencilhar
Na distância me distender
E elástica te contornar
Sem nunca entender porquê
Deixei você me abraçar
Debaixo do teto dos flamboyants