6.11.05

Lilith

Estou transitando entre o gelo e a água
Entre vapor e fábula, aderindo a todo selo
Porque em novelo me desvelo...
De aflita de tão viva – compareço
Algo entre a estátua e a gárgula
Válvula, helicoidal, serpentina
Mas ingênua demais pra ser serpente;
– e eu ausente - inequívoca em francês
Hibernada no silêncio quando é invocação
Agitada ao relento quando é meditação
Texturas ancestrais no meu corpo insistente
Alarmando solidão, palaciana no oriente
Promíscua no poente tecendo imensidão
Se o inverno compromete cinge o terno
Que sem grão não se debulha nada
Que sem instrumento nada se faz nem se mata
E sem perigo não há placidez
A luz não existe se não existe a tensão

22/06/99 - 8:30h

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