7.11.05

Dança e doença

Eu botarei patente
Porque fui eu quem te criei
Na minha platônica mente mestiça
Quando o não ter – sou poeta
O possuir me faz concreta
E ao pertencer sou predileta
Na agenda do teu pensar
Amante latina mas discreta
Tropeçando no teu gingar
No pisar forte me afirmei
Incendiei no sol poente
O teu lençol no meu varal
Cor de jambo é a ferrugem
Que cobre rígida os olhares
Úmidos
Quando o céu se troca em nuvem
Defasando meu arrebor
Volta e meia se veste azul
Mas de um outro ineficaz
A tudo que necessita boa vista
Para quem não quer só olhar
E pra me ter não pede aval

10.05.99

Nenhum comentário: