Faca afiada a içar-me pelas fendas
E abrir-me ao meio, à força, abatida pelo corte
Um ponto pulsante cada vez mais tão pequeno
Para conter em si tamanho negro
Se houvesse asas mas só há hélices
Girando centrífugas como um liquidificador
Num eixo absurdo e fundo e feio
E a liquefazer o tudo agora daqui a pouco nada
E todo seu conteúdo de um buraco negro
A esvair-se por um ralo porque finito
A vazar-se pelos poros porque limitado
A perder-se no pulso de cada segundo segundo
(apresse-se)
E dilatando pupilas como no escuro
Escuro do buraco, do ralo, do umbigo
16.05.11
Nenhum comentário:
Postar um comentário