25.6.11

cadeiras

Tenho aqui atravessado na garganta
corpo estranho que levanta pulsante
arde, lateja como quando inflamado
vezes até queima roupa pele sonhos
os ossos se tornam gelo inquebrável
mas derrete ao menor sopro morno
e continua cá dentro esse vil monstro
crescente se alimentando em cadeias
insone incipente, ora inerte ora inerente
irreverente em seus fins vitais e inúteis
passa reto não pára sequer para sentar
olhar, ouvir, responder, conversar (comigo)
nas manhãs, nas tardes de outros chás
cafés e inhoque da sorte e do azar (o seu)
atravessa torpe, lancinante, desalmada
bem no meio do pescoço a minha aorta

Nenhum comentário: