13.6.07

quilate

veio a mim noite passada

o homem que eu esperava

por toda a vida e mais a última

de cada uma das derradeiras

e roubou-me assim a direção

o leme, o norte, tamanha sorte

e pôs-me à prova, reparou-me

aferiu-me, os traumas dissipou-me

quantos quilates vale meu lastro?

quantos graus me inclino sobre?

meu termômetro acusou febre

mas é só calor do amor que trago

invasor... ora um corpo estranho,

deveras habitual, dentro, fundo,

vem de longe, sim sutil,

mas nem tanto quanto meteórico

pois que, metafórica, eu sigo

meus cristaizinhos eu empresto

só não os quebre; mas se caírem

eu perdôo, pelo simples fato

de que cristais se quebram mesmo

enquanto o fogo sopra, tua língua me fala

e me levanta, ao tempo de se deitarem

noite, ouro e sereno.

08.06.07

Nenhum comentário: