16.5.07

Pára-quedista

O tempo é curto, a vista é grossa
relógio no pulso é como grade na janela
eu prefiro ser a sermão
o pé da profunidade exata das coisas
tampouco me atrai o celibato
a clausura...
e todas as cláusulas do contrato
não caibo nas margens desta foto
nem em nenhuma medida
do sistema métrico internacional
eu não faço mesuras
porque é da minha natureza,
não paro quieta, não paro móvel
odeio dieta, odeio limite
que dita o fim e a forma
sou radiotiva, sou elétrica
mas não passo aperto num fio
atrito no trilho, não ando na linha
simplesmente não faz meu perfil
tampouco me atrai a hora certa
errada? sempre é, ou não é
nem tudo é tão definido e definitivo
às vezes desplicentemente fica em aberto
pra sempre neste impulso do agora
empuxo, submerso e nada raso
projéteis: mergulhador ou acrobata!

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