7.3.07

acostumada

não sei quem você quer ser pra mim
não entendo sua força gravitacional
tudo o que chove é demais passional
depois de um dia ensolarado vem assim
me enferruja de tão úmido e tanto abrigo
é seco, é quente, ferrenho, fervente
barbante, aço, o baço - contrito, me fende
derrama-se num salto, desabotoa meu umbigo
sente só o meu gemido, neste frio, ressequido
perto da lava que ganha, sobe, explode
no meu leito, no teu peito, perseguindo, acumula
cumpro ordens superiores, inconsciente eu tudo fiz
e sofro agora meu castigo de te amar tanto, mesmo infeliz
deitar com o homem a quem se ama
ter o amor entregue, bandeja na cama
ter na falta, a presença lembrada
saída abrupta, após um ano e meio - acostumada
vazio

Nenhum comentário: