25.5.06

ensaio

a respeito do que não é perfeito
sobre o não saber o que será
das conversas e sobretudo das discussões
o que não é particularmente cenográfico
como as meias e as vezes os pés pelas mãos
amanhã de manhã quando acordar com a chuva
por que? porquê já é uma outra pergunta...
a razão digo não, não sei, sem querer fugiu
se é que algum dia sequer existiu
destino poderia ser cinematográfico
no lento e letal transcorrer das luas
produto de um alongamento involuntário
estiramento acidental de um músculo
elástico como gato, soluço inexplicável
pare este veículo agora que eu quero respirar
senão me atiro: ao alvo! cápsula; pólvora
vírus do bocejo, febre de desejo
colírio pra olhos sem lágrimas
quando paro atrás da tua altura.
larga, exata, perpendicularizada
tensa na nuca de tão reta na verticalidade
dá vontade de fazer deitar
tombar do peso próprio
com um sopro, folha transparente
sólido esculpido pela erosão
escorpião
sedimentado cada camada da tua aura à tua célula
pelo trânsito das pessoas ao teu redor
os altos impactos, os passos, as respirações
a intempérie e os impropérios
que me destilaram e decantaram
tudo o que é relativo à posse
propriedade do nosso arbítrio
privacidade

Um comentário:

Unknown disse...

Hiii, esse é novo, né? Tem cenografia ,vontade e desejos , gostei!!! beijo.