29.10.05

Exposição ao tempo

Os trens correm nos trilhos, como saem deles as gavetas
O dia rola atrás do hemisfério e teimo: não há!
Mares invadindo litorais, chove no céu da boca
A garganta, queima-roupa, sob o ferro de passar
Só não passa aquilo que nunca vem nem veio
Chega. Mais perto, mais ligeiro... noite de núpcias
Sóis distintos por entre a trama de folhas verdes e secas
E suas, sois o ondular da ferrugem de tudo o que e úmido
E como quase tudo que em sua química contém metal
Reage ao tempo. Aos ares de maresia
Letal, qualquer intempérie
Paixões sozinhas
– curtas, longas, célebres e céleres –
em séries.

28/06/04

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