19.8.05

Paisagem Vermelha

Desvia-me a atenção
como quem rouba sem fugir
carregando a vergonha
dando as mãos
caminho normalmente
até sumir...
como uma barragem
ensopando matas e montanhas
alagando vales e violas
pra secar outra paragem
destituindo artificialmente
as margens e artimanhas
do correr sem compromissos
um ruído na música
uma percussão desalinhada
no classicismo do teu físico
a tentação contemporânea
uma mancha que macula
caligrafias impecáveis
assim peca minha alma
atraída por tua carne
desnudando intocáveis
o que oculto recatada
consumindo só por gula
o que imprescinde fisiológica
o que falta pela gana
e que regula periódica

12/05/99

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