14.7.05

pra não dizer que perdi o chão,
perdi o nosso céu no jogo

e as referências, onde estão?
do meu norte, rumo e prumo

passei o ponto, errei o passo
pulei a ponte, errei a mão

como quando se aprende
a dar laço no cadarço

puxei a ponta e desfiou
carreira a carreira o abrigo

inteiro, de lã: cardigã
ovelha e amanhã

onde será que irei amanhecer
será lar, lugar, nos seus braços

volta novelo, volto abóbora
passei da idade das peripécias

(novena, novela: eu batizava minhas bonecas)

...dos precípícios...
polígonos convexos de ângulos oblíquos

há quantas colunas de ar
erguendo esta noite?
suspendendo relâmpagos...
e quanto dele me cabe
em cada alvéolo?

cubicar o invisível e o indivisível
errei a conta, perdi o número

há premência na sua voz
que eu ouço o que não foi dito
e repito:
eu to voltando.

para a origem desse compasso
eu retorno ao seu abraço, àquele almoço
à origem deste círculo
virtuoso

que desferem seus indicadores
nos meus mamilos
... e você? que chegou pelas minhas costas
há quantas saídas para os mesmos destinos?

19.10.04

Um comentário:

Anônimo disse...

Os destinos se sobrepõe em
cada poesia que nasce em nossa vida.
sua poesia é muito querida, Bj.