29.6.05

Preguiça















no fluxo não se persegue nada
verdade; não temos ossos, só asa
não, não temos massa...
com que as coisas possam
e ousem se deparar,
e parar.
rodando em cavalo de pau.
fixas no mesmo eixo,
as coisas passam
nos ultrapassam, e atravessam
e, desiguais na espessura,
continuam atrás de mim.
...somos caminho meio e fio!
às vezes revoltos, fios soltos,
prontos para um choque.
às vezes desígnios,
picadas na mata adentro
sinais, círculos concêntricos
sim, tudo é volátil
nada tem pressa,
enquanto a mente roda e reconhece
e insiste no raio quantas vezes?
no mesmo! sinalizando o centro
a fim de não cair no esquecimento
no poço, por terra, no vento...
no regresso da viagem
de centésimo de segundo
de um piscar de olhos inúmero
quando o ócio se recicla
onde está? perdeu o lugar
nada tem pressa nessa vida
e nada tem mais urgência
que a preguiça

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