14.1.05

veraneio

bolo solado na janela ensolarada
deste morno amanhecer
azul
lápis-lázuli
ali na laje, leite quente
água fria na bacia de alumínio
reflexo, perplexo, pueril
sola de pé na cerâmica
encerada, a cortinada
amarelou
xícaras de plástico
brinquedo importado, estampado
de poá e bordô
empoeirou
o tempo empoeirou
os olhos do grande amor
que ainda não conheço
na maturidade dos raios dos meus gestos
investem na umidade e maresia...
das ressacas da Capitu
capturam-se por bobeira
orientais, películas, asas de borboleta
e helicópteros, fadas-inseto
intensas miradas dos desenhos japoneses
libélulas

02/12/03

Nenhum comentário: